Perambulavam por essas paragens, em tempos a muito ido, dois aventureiros, que um dia por uma acaso do destino encontraram um pobre viajante, roto e ferido, que após socorrido , narrou a sua história, uma historia na qual ele havia sido atacado por bandidos e deixado para morrer a beira da estrada, o que realmente teria acontecido se não tivesse sido o auxilio dos dois aventureiros.
Com o cair da noite, o grupo , então agora composto pelos dois aventureiros e o viajante, decidiram levantar acampamento, momento no qual o viajante indagou aos aventureiros:
- Por acaso trazem vós algo que eu possa comer ? Estou quase a morrer de fome!
- Tenho de resto , 3 pães - disse um.
- Trago comigo ainda 5 - afirmou o outro.
- Pois juntemos esses pães e façamos uma sociedade única e repartamos cada pão em 3 partes iguais para cada um coma uma delas e comamos todos igualmente, por que os deuses os recompensarão por sua generosidade para comigo.
E assim o fizeram, e na manhã seguinte, o viajante não estavam mais entre eles e onde era o seu leito, havia no lugar uma bolsa de couro, com 8 diamantes. Como dividiriam de forma justa tal dádiva ?
Solução
Embora a solução de cada um receber um diamante por cada pão partilhado pareça justa, essa não é a solução matematicamente correta. Aquele que deu 5 pães, compartilhou de 15 pedaços, dos quais ele comeu 8; compartilhando na verdade com 7; o outro , aquele que deu 3 pães, na verdade compartilhou 9 pedaços de pão, mas dos quais ele comeu 8, tendo na realidade dado apenas 1. Os 7 pedaços de pão compartilhado pelo primeiro aventureiro e o único cedido pelo outro , inteiraram as 8 partes de pão que cabiam na partilha ao viajante. Por isso ,o justo seria que o primeiro , aquele que doou 5 pães, receba 7 diamantes e aquele que doou 3 pães receba apenas 1 diamante.
Embora essa seja uma solução matematicamente correta, ela abre espaços para outras interpretações. Um sacerdote dos deuses da justiça poderia alegar que como ambos compartilharam de tudo que tinham, sua parte na dádiva deveria ser igualitária, ou seja, 4 diamantes para cada. Um divisão justa perante os olhos da sua divindade.
Um uso interessante dessas duas soluções, pode ser em uma masmorra onde uma porta é guardada por uma estatua que representa a Deusa do Conhecimento Tanna-toh que se abrirá quando a resposta matematicamente correta for dada e outra guardada por uma estatua que representa o Deus da Justiça Khalmyr, que se abrirá quando a resposta justa for dada. De acordo com a porta escolhida os aventureiros são conduzidos a um desafio diferente.
Referência Bibliográfica.
Quem já leu , sabe, esse enigma é o mesmo do livro "O Homem que Calculava", quem ainda não leu , fica aqui a dica. Vale a pena ler, não apenas se você quer colocar enigmas e problemas de solução logica nas suas aventuras de RPG, mas também por que é um bom livro, contendo em sua narrativa lendas e histórias da cultura árabe.
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